Quando falamos de casa, podemos, naturalmente, querer dizer a mesma coisa. Mas também podemos pensar na palavra de formas pelo menos ligeiramente diferentes. Isto deve-se ao facto de a palavra casa ser passível de várias interpretações e de o seu significado ser também diversificado.
Por exemplo, quando alguém nasce num lugar qualquer, esse lugar é, na verdade, a sua casa atual. Não há mais nada disponível para ela, por isso aceita simplesmente essa casa, mesmo que seja uma maternidade.
Mas é claro que essa casa não pode durar para sempre, nem é ideal. Por isso, as pessoas procuram um novo lugar – um lar – onde possam passar mais tempo do que noutro lugar e ao qual possam sempre regressar. E, se tiverem sorte, acabarão sempre por ter uma casa.
Contudo, algumas pessoas têm uma relação diferente com a casa. Para algumas pessoas, uma ligação emocional calorosa ao local que escolheram como sua casa permite-lhes lá permanecer mesmo em tempos difíceis, enquanto para outras, a casa é apenas uma paragem temporária a caminho de outra casa e não desenvolvem uma ligação forte com ela.
A casa não é apenas a morada onde ficamos. A casa é também as pessoas que nos rodeiam num lugar e com quem entramos em contacto. A casa também pode ser entendida como uma pátria – uma nação, e talvez o nosso planeta como um todo. Por outro lado, há pessoas sem-abrigo para quem a casa é a ponte debaixo da qual passam a noite, ou uma tenda ou cabana improvisada construída noutro lugar. E embora a casa possa ser entendida como algo que herdámos dos nossos antepassados, ou algo que alguém nos dá sem esforço desnecessário, segundo Karel Krill, a casa não é algo que alguém faz para nós, mas algo que nós fazemos para nós próprios.
O conceito de casa pode, portanto, ser entendido de forma diferente. No entanto, isso não é realmente importante. O que importa é ter uma casa. E não ser privado dela contra a sua vontade.
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